quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Lamentável.....

05/08/2009 - 11h45

Especialista diz que substância do doping pode causar morte

Rafael Krieger

Em São Paulo*
A substância encontrada no sangue de cinco dos sete atletas brasileiros flagrados no antidoping pode causar até a morte, segundo o médico Eduardo de Rose, do Comitê Olímpico Internacional (COI). O especialista já havia dito que a decisão de usar a droga geralmente é tomada em conjunto com o treinador, como foi confirmado pelo técnico Jayme Netto Júnior, que assumiu a culpa pelo caso e disse que está fora do atletismo.

ESCÂNDALO NO ATLETISMO
Vipcomm
Bruno Lins Tenório foi um dos atletas pegos por exame surpresa em Presidente Prudente
No site oficial da Rede Atletismo, há um quadro negro na capa onde se lê: "Rede Atletismo está de luto".

Afinal, o time perdeu a chance de ter mais atletas disputando o Mundial de Berlim, a partir do dia 15 de agosto.

Bruno Lins, Jorge Célio, Luciana França, Josiane Silva e Lucimara Silvestre já estavam treinando na Alemanha e foram pegos fora de competição.

Outros dois casos já tinham sido registrados no Troféu Brasil: Lucimar Teodoro e Hamilton de Castilho foram flagrados, mas ainda não foi confirmada qual a substância.
TÉCNICO ASSUME A CULPA PELO CASO
VEJA O COMUNICADO DA CBAT
"Já houve casos de morte, principalmente no ciclismo, pois quando o atleta perde muita água, o sangue fica muito pastoso e pode haver problema agudo", afirmou o médico, lembrando que a substância é utilizada na medicina somente para pacientes renais crônicos, com o objetivo de combater fortes anemias.

De Rose acrescentou que é muito improvável a revogação do resultado positivo através de uma contraprova do exame A, que detectou o hormônio sintético EPO, que estimula a produção de glóbulos vermelhos no sangue e aumenta a capacidade aeróbica. Eduardo de Rose explica que não há nenhuma chance de engano nas amostras.

"Normalmente, quando se fala em prova B, ela vai indicar o que indicou a A. No caso do EPO, dois meses depois, a urina pode se alterar e não se encontrar doping na prova B. Mas, nesse caso, considerando o laboratório que fez e que já foi solicitado outro exame, é muito difícil que a contraprova não confirme", completou Eduardo.

Segundo o médico, todos os atletas usufruiriam dos efeitos da substância. No caso de Josiane Tito (4 x 400 m) e Luciana França (400m com barreiras), o objetivo seria aumentar a capacidade aeróbica durante a competição.

Já para os velocistas Bruno Lins Tenório e Jorge Célio Sena, o EPO não traria benefícios durante a prova, que é curta e não exige capacidade aeróbica. Mas faria com que o atleta se recuperasse mais rápido e pudesse treinar com mais intensidade. Mesmo caso da heptatleta Lucimara Silvestre, que poderia suportar pesadas cargas de treinamento.

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